O cenário de crise econômica e incertezas sobre o futuro reforça ainda mais uma necessidade que sempre esteve presente: economizar energia na indústria. Por isso, todo o cuidado é pouco para eliminar os gastos desnecessários e utilizar equipamentos econômicos. Para isso, trazemos algumas dicas para você, profissional do ramo industrial.
A importância da eficiência energética
A palavra “eficiência” é largamente utilizada nos mais diversos setores, mas cabe definir o conceito de forma clara, como presente nos livros de gestão de projetos e processos: eficiência é obter o máximo retorno com o menor gasto possível, sem prejudicar a qualidade da produção ou ter que despender recursos além do necessário para atingir determinados níveis de produção e produtividade. E, é claro, a energia elétrica, largamente utilizada nas indústrias, é um desses recursos que devem ser gerenciados da forma mais eficiente possível. É importante deixar claro que ter redução de cursos com prejuízo na qualidade de produção é tão prejudicial quanto obter resultados de excelência com gastos além do necessário. Trata-se, portanto, de uma relação cujo fundamento é o equilíbrio. Todas as indústrias devem buscar, portanto, a chamada eficiência energética.
O custo da energia é alto no Brasil
Embora o principal componente da matriz energética brasileira seja indústria hidroelétrica, isto é, a partir da força das águas, enquanto, por exemplo, nos Estados Unidos a principal fonte é a queima de combustíveis fósseis (indústria termoelétrica, bem mais poluente), o custo da energia no Brasil não é baixo, o que certamente pode afetar a competitividade das indústrias brasileiras no cenário internacional. Para ilustrar com dados, a FIRJAN (Federação de indústrias do Estado do Rio de Janeiro) divulgou recentemente que o Brasil está em sexto lugar entre os 28 países com os preços de energia elétrica mais caros do mundo.
A situação é ainda pior no Rio de Janeiro, estado que possui a terceira energia elétrica mais cara do Brasil, atrás apenas do Amazonas e do Pará: R$ 1,00 a cada kWh. Por isso é tão importante se preocupar com a eficiência energética, ainda mais em cenário de crise econômica. Por isso trazemos algumas dicas importantes a seguir.
Dicas para economizar energia na indústria
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- Iluminação – Verifique os sistemas de iluminação presentes no(s) estabelecimento(s). Enquanto lâmpadas convencionais, como incandescentes e fluorescentes são mais baratas na aquisição individual, gastam cerca de três vezes energia que iluminação de LED, que veio para ficar e é largamente utilizada nos mais diferentes ramos, como industrial, residencial e de escritórios. Embora o gasto inicial na implantação do sistema seja maior, o retorno sobre o investimento (ROI) tende a vir já no curto e médio prazos, principalmente por meio das faturas de energia elétrica.
- Manutenção – Planeje manutenções preventivas com frequência, a fim de identificar gargalos em todo o sistema produzido, e um deles pode ser elétrico, por meio, por exemplo, de algum escape que esteja aumentando muito o consumo. Para isso, é importante você contar com profissionais como engenheiros e eletricistas, seja na elaboração de um novo projeto elétrico ou na manutenção periódica preventiva. Isto também ajuda no prolongamento da vida útil de suas máquinas e equipamentos, além da otimização do consumo industrial de energia elétrica.
- Internet das coisas – Você conhece o conceito de internet das coisas? Estando muito em voga no ramo industrial mundo afora, ele mostra como as coisas/equipamentos máquinas estão cada vez mais conectados à internet e incorporando tecnologias de inteligência artificial. A internet não tem apenas como vetores de atuação as pessoas, mas também as coisas. Por exemplo: programar o desligamento de luzes se determinadas máquinas forem desligadas ou não haver mais colaboradores no recinto. O chamado gerenciamento elétrico inteligente vem ganhando muito espaço na indústria, por ter o potencial de contribuir muito para a eficiência energética, monitorando em tempo real os sinais das máquinas e equipamentos e gerando big data, isto é, robustos bancos de dados sobre o funcionamento dos diversos elementos do sistema produtivo.
- Evite o superaquecimento de máquinas e equipamentos – Não há dúvidas de que o superaquecimento de máquinas e equipamentos industriais é um problema sempre presente em diversos ramos industriais, mesmo com o vertiginoso avanço tecnológica dos últimos anos e décadas. Afinal de contas, a energia térmica gerada e dissipada não possui utilidade nenhuma no funcionamento daquele componente e naquela parte do processo produtivo. Pelo contrário: o superaquecimento de circuitos eletroeletrônicos traz riscos de acidentes, como incêndios e queimaduras, além de elevar a temperatura do ambiente (gerando desconforto, portanto), além de aumentar o consumo de energia elétrica. A inspeção periódica e preventiva das máquinas e equipamentos é de fundamental importância!
- Fator de potência – Este indicador é de suma importância para medir a eficiência energética de seu estabelecimento industrial. Ele consiste na relação entre a potência ativa (efetivamente realiza trabalho, por meio da geração de luz, calor, movimento etc.) e a potência reativa (usada apenas para criar e manter os campos eletromagnéticos). A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) definiu como norma que a referência mínima do fator de potência é de 0,92. Em outras palavras, equipamentos e máquinas em que a potência ativa representa pelo menos 92% da potência aparente ou total oferecida pela empresa de energia elétrica são classificados como eficientes. Abaixo disso, deve-se ligar o sinal de alerta, estando inclusive sujeito a multas. Portanto, estabeleça em suas máquinas e no parque fabril como um todo a medição apurada desse indicador.
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